Costuras para manter a aliança

Eleições municipais. PSD e PMDB querem reeditar a coligação nos principais colégios eleitorais

Rogemar Santos @Rogemar_ND Florianópolis

Mendes/reprodução/ND

LHS, governador Colombo, Pinho Moreira e Jorge Bornhausen os articuladores

O governador Raimundo Colombo (PSD), o senador Luiz Henrique da Silveira e o presidente estadual do PMDB, o vice-governador Eduardo Pinho Moreira, reforçaram essa semana a necessidade da polialiança ser reeditada em Santa Catarina nas eleições municipais deste ano e na de 2014.
O grupo, que conta ainda com o ex-senador Jorge Bornhausen e com o ex-governador Paulo Afonso da Vieira, ressalta que o PMDB faz parte do atual governo estadual e que é natural a composição para ajudar na reeleição de Colombo em 2014. “Temos um grupo de partidos que buscam o melhor para Santa Catarina. Não vejo dificuldades para que a polialiança continue vigorando, inclusive nas eleições municipais”, diz LHS.
LHS acredita que haja espaço para PSD, PMDB e PSDB, apesar da preocupação dos tucanos com relação à participação e destaque no governo. “Todos os partidos envolvidos na polialiança têm um bom relacionamento. Não seria agora que isto acabaria. Ao contrário, o desejo é de criar laços mais fortes a partir das eleições municipais onde seja possível a coligação”, observou.
Sobre a participação do PP no governo estadual, LHS observa que é possível, já que os deputados pepistas têm votado a favor dos projetos do executivo estadual na Assembleia Legislativa. No entanto, o senador ressalta que apesar do aval, a decisão final de compor com o PP cabe exclusivamente ao governador Raimundo Colombo. “Tanto a reforma do governo como outras decisões ligadas a apoios e composições cabe ao governador. Ele que tem o conhecimento da situação e pode avaliar o que é melhor para comandar o Estado”, afirmou.
Na assinatura da ordem de serviço do binário do bairro Vila Nova em solenidade na Acij (Associação Empresarial de Joinville), no dia 16 de janeiro, LHS assegurava que lutaria pela reeleição de Colombo com o apoio do PMDB. Isto descartava, então, a candidatura dos peemedebistas ao governo e também de um candidato do PSDB. Além disto, na entrevista concedida ao ND na época, não escondia sua simpatia pelo namoro iniciado com o PP.

União para governabilidade
O governador Raimundo Colombo afirma que a polialiança é viável para a governabilidade de Santa Catarina. Ele lembrou que foi graças à união de forças políticas que viabilizou sua vitória e deu prosseguimento na governabilidade. Ele reforçou que é importante que haja a continuidade disto nos municípios, principalmente nos municípios considerados chaves politicamente.
Colombo entende que num conjunto de forças políticas, todos terão seu espaço garantido, seja do PMDB, PSD, PSDB ou outra sigla que faça parte do mesmo projeto. Colombo explicou que tem um bom relacionamento com o PP, mas não quer misturar a reforma do secretariado com a participação pepista no governo, neste momento.
“A avaliação de um ano é normal do secretariado. Além disto, tenho que saber quem será candidato a prefeito. Quem for, deve deixar o cargo. Porém isto não tem nada a ver com a aproximação com o PP. É algo que qualquer administrador realiza no período de um ano”, comentou. Colombo é cauteloso nesta aproximação com o PP, entendendo que cada caso tem seu tempo.

PSDB preocupado por estar distante das negociações
O presidente estadual do PSDB, o ex-governador Leonel Pavan, está preocupado com o futuro político da polialiança. Ele ressalta que não fala em nome próprio, mas dos tucanos catarinenses que observam com certas restrições os possíveis acordos políticos que começam a ser costurados nas eleições municipais, visando à eleição de 2014.
Pavan diz que a possível composição para a reeleição de Colombo, tendo novamente o PMDB como vice-governador preocupa o partido. “Qual espaço seria ocupado pelos tucanos, agora também ameaçados com a possível presença do PP, no futuro?”. “Cada governo é um governo. O PP tem figuras importantes e de respeito. Porém, se esta ligação se confirmar, então o PSDB passa a ter direito de apoiar a candidatura de Angela Amin para prefeita em Florianópolis, por exemplo”.
O presidente do PSDB alerta de que é preciso que o PMDB olhe para trás e observe que os tucanos sempre foram leais a Luiz Henrique da Silveira em todas as situações. “Desde 2002, o PSDB teve um papel leal com Luiz Henrique. Quem não olha para o passado não pode construir o presente e nem o futuro”, analisou.
Pavan faz questão de explicar que existe um bom relacionamento com o senador Luiz Henrique da Silveira e outro com o PMDB. “Quero separar as duas posições. Tenho imenso respeito por Luiz Henrique e jamais o desrespeitarei. Com o PMDB apenas ressalto que é preciso que vejam e valorizem tudo que o PSDB já fez em nome do sucesso dos últimos oito anos de governabilidade em Santa Catarina”, acrescentou. Pavan e LHS programaram um encontro essa semana para discutir as eleições.

PMDB aceita inclusão do PP
O Presidente estadual do PMDB, Eduardo Pinho Moreira, elogiou a estratégia do senador Luiz Henrique da Silveira de englobar vários partidos políticos com o único propósito de ajudar na construção de um governo. “A polialiança é a demonstração de consenso político, tanto que o atual governo está realizando um bom trabalho. Tudo é resultado deste trabalho do senador Luiz Henrique”, analisou.
Pinho observou que o PP tem sido um partido aliado do governo estadual na Assembleia Legislativa, tornando mais fáceis as ações nos municípios catarinenses. “Temos que enfatizar o papel do PP que contribui com a governabilidade de Santa Catarina. Isto é fundamental para a harmonia política”, garantiu.
Sobre a entrada do PP no governo, Pinho Moreira garantiu que o PMDB não teria qualquer restrição. “Da parte do nosso partido não vejo problemas. No entanto, em outros partidos aliados sabemos que pode gerar instabilidade”. Pinho entende que o PP poderá aguardar a participação no governo para 2013, após a realização das eleições.

Publicado em 29/01-09:17 por: Ney Bueno.
Atualizado em 31/01-09:09