sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Ordem de serviço para asfaltar SC-407 é assinada pela oitava vez, em São José


Moradores divididos. Alguns acreditam que a obra sai, outros pensam que é só mais um ato político

Mariella Caldas

@Mariella_ND

São José





Marcelo Bittencourt

Máquinas começaram a limpar marginais da rodovia na manhã desta terça-feiraAs máquinas estão às margens da SC-407, em São José, fazendo a limpeza da vegetação, mas para os moradores e comerciantes locais, o trabalho não quer dizer muita coisa. Alguns estão desacreditados e outros confiantes que, desta vez, o asfaltamento será concluído. Na manhã desta terça-feira (06), a ordem de serviço para a obra foi assinada, com a presença do governador Raimundo Colombo.



Conforme moradores locais, esta foi a oitava vez que o governo do Estado deu início às obras de asfaltamento e melhorias na rodovia, que nunca foi concluída. O ato foi realizado no ginásio da Escola de Educação Básica Professor Joaquim Santiago, no bairro Colônia Santana, e o governador garantiu que as obras serão finalizadas no mês de abril de 2012.



Durante seis protestos, a rodovia foi fechada pela comunidade para reivindicar o término das obras. Abraão de Souza, presidente do Conseg (Conselho de Segurança), comenta que está desiludido e desacreditado. “Depois de tantas assinaturas, o pessoal somente acredita vendo”, ressalta.



A SC-407 corta os bairros Sertão do Maruí, Colônia Santana e leva até São Pedro de Alcântara. São 12 quilômetros que abrigam universidade, dezenas de empresas e indústrias, hospital e residências. “Estamos esperando o asfaltamento há mais de 20 anos”, lembra. Quem passa pela BR-101, no sentido Norte-Sul, pensa que toda a rodovia tem asfalto e é duplicada, mas somente os primeiros cem metros se encontram nesta situação privilegiada.



Opiniões divididas



Para a moradora local Vera Lúcia Silva, a obra não sairá do papel. De acordo com ela, esta não foi a primeira assinatura da ordem de serviço e não será a última. “Por que a obra parou? E se já havia projeto, por que precisa assinar novamente?”, questiona. Vera acredita que a solenidade é apenas um ato político. “Conheço várias pessoas que se acidentaram na rodovia. Eu mesma deixei vários pneus do meu carro na SC-407”, recorda.



A opinião do presidente da Associação de Moradores da Colônia Santana, Jair Costa, é diferente.Devido a rodovia não possuir asfalto, acostamento, sinalização e redutores de velocidade, ele acredita que a obra será continuada e finalizada.



Costa relata que, segundo dados da Polícia Rodoviária Estadual, em dois anos, nove pessoas perderam a vida na SC-407 devido a má condição da via e falta de sinalização. “Penso que o governador não iria vir até aqui para assinar a ordem de serviço e não cumprir sua promessa”, observa.



Recurso garantido



Os quilômetros que ligam São José a São Pedro de Alcântara serão asfaltados, receberão acostamentos e sinalização adequados. O governo estadual investirá R$ 11,3 milhões na obra, que já começou. Conforme o secretário de Estado da Infraestrutura, Valdir Cobalchini, o cronograma está definido.



Os primeiros três quilômetros de pista serão duplicados, até a ponte sobre o Rio Forquilhas. Depois, a pista segue simples. No trecho de São José, os paralelepípedos serão retirados para receber o asfalto, já no de São Pedro de Alcântara, a camada asfáltica será colocada em cima das pedras existentes.



“A construção do Continente Park Shopping, no começo da SC-407, auxiliou o prazo de conclusão das obras da rodovia”, destaca Cobalchini. O governador Raimundo Colombo afirma que a obra é complexa e envolve questões ambientais e desapropriações. “Lançamos ao mesmo tempo as obras nas rodovias SC-407, 405 e 407. Investiremos mais de R$ 35 milhões”, avisa.



Os prefeitos de São José e São Pedro de Alcântara, Djalma Berger e Ernei Sthaelin, destacaram que a conclusão da obra é a realização de um sonho para os moradores. “Não é a simples ligação entre dois municípios. É um eixo de desenvolvimento com empresas geradoras de emprego e renda”, acrescenta Berger.



BOX: A obra



-Extensão: 12 km



-Investimento: R$ 11,3 milhões



-Prazo: sete meses



-O que será feito: asfaltamento, acostamento, sinalização e duplicação nos primeiros três quilômetros



-Segundo a comunidade, a ordem de serviço foi assinada pela oitava vez



-Moradores próximos aguardam término da obra há mais de 20 anos

domingo, 4 de setembro de 2011

Transferência de 15 linhas de ônibus para o Terminal Cidade de Florianópolis não funciona

Secretário municipal de Transportes acusa empresas de boicote; Biguaçu nega e pede estrutura

Nenhuma das 15 linhas intermunicipais de ônibus que deveriam começar a operar no Terminal Cidade de Florianópolis a partir deste sábado respeitou a determinação da prefeitura da Capital, que faz parte de um processo revitalização da região central. Os veículos continuaram realizando embarque e desembarque de passageiros no Terminal Integrado do Centro (Ticen). As 15 linhas executivas municipais incluídas na mudança obedeceram à orientação de mudança.

Como as alterações haviam sido divulgadas pela prefeitura, inclusive com a distribuição de panfletos, passageiros foram ao Terminal Cidade de Florianópolis em vão e tiveram de seguir para o Ticen. Foi o que aconteceu com a aposentada Vera Lúcia Salles, de 58 anos, que foi ao Centro fazer compras e precisou pegar o ônibus Flor de Nápolis na volta.

— O fiscal me disse que nem sabe se vai para lá. Mas tinham anunciado que iria.

O vice-prefeito e secretário municipal de Transportes, Mobilidade e Terminais, João Batista Nunes, que estava no Cidade de Florianópolis no sábado de manhã, não soube informar qual orientação deveria ser passada aos usuários, já que dependia da posição das empresas Biguaçu e Santa Teresinha, que acusou de boicote.

— Existem interesses econômicos se sobrepondo ao conforto dos usuários.

O fiscal de tráfego da Biguaçu, Jair João Cantalice, negou que isso esteja acontecendo e afirmou que a razão para o descumprimento da regra é a "injustiça com os usuários".

— Vamos perder de 15 a 20 minutos para chegar até a ponte, sendo que já temos dificuldade em cumprir os horários por causa do trânsito. Além disso, tem a estrutura do local, que não é adequada. Se tiver cercas, banheiros nas plataformas, câmeras de vigilância e seguranças, voltamos. Mas, por agora, só vamos voltar se o Ministério Público determinar.

De acordo com Nunes, "não há condições de se fazer tudo no momento", mas a partir desta semana, o banheiro administrado pela Companhia de Melhoramentos da Capital (Comcap) deixará de ser cobrado. Os comerciantes da região vão se responsabilizar pela compra de materiais para os sanitários.

Nenhum representante oficial da Santa Teresinha foi encontrado para dar as suas explicações. O secretário afirmou que todos os ônibus que entrarem no Ticen sem poder vão gerar uma multa para a empresa da qual fazem parte, mas não soube dizer o valor das penalidades.

— Mas é "x" para o primeiro veículo, "x+20%" para o segundo e assim vai.

Na terça-feira, uma audiência deve ser realizada pelo Ministério Público Estadual para tratar do assunto.

Linhas que deveriam ter mudado e não mudaram
Santa Teresinha - Flor de Nápolis, Sertão do Maruim, São Pedro de Alcântara, Univali, Univali Expressa e Colônia Santana
Biguaçu - José Nitro, José Nitro Expressa, Jardim das Acácias, Bom Viver, Bom Viver Expressa, Jardim Janaína, Jardim Janaína Expressa, Dona Adélia e Dona Adélia Expressa
Linhas executivas que mudaram
Canasvieiras - Canasvieiras (1120), Jurerê (1123), Ingleses (1121), Rio Vermelho (1125), Praia Brava (1122) e Costa do Moçambique (1128)
Emflotur - Emflotur (7220)
Estrela - Abraão (6220), Bom Abrigo (6221) e Campinas VIP
Insular - Campeche (ED4122), Pântano do Sul (ED4120), Ribeirão da Ilha (4123), Aeroporto (6120), Caieira da Barra do Sul (4124)
DIÁRIO CATARINENSE