Mário Marcondes é o entrevistado deste mês no “Oi São José”
Especial
Mário Marcondes é o entrevistado deste mês no “Oi São José”
“Temos bairros onde há aprovação de projetos para loteamentos, mas onde não se vê nenhum tipo de estrutura”
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A entrevista exclusiva deste mês é com o atual presidente do DEM em São José, Mário Marcondes, que fala sobre questões habitacionais do município, saúde pública, formalização do trabalho e mão de obra qualificada, além das estratégias do Partido para as eleições 2012.
Oi São José – Quais são as estratégias do DEM para as eleições 2012?
Mário Marcondes – Bem, nós estamos reestruturando o DEM de São José desde outubro do ano passado. Como estratégia eleitoral, pretendemos fazer um bloco, em composição com outros partidos, para construir um projeto para São José. Queremos retomar o desenvolvimento da cidade, até porque, pra nós, do Democratas, nos últimos oito anos São José sofreu uma paralisação, principalmente, no formato da administração pública.
Oi SJ – Então, o Partido vai privilegiar a estratégia de alianças com outras siglas, ao invés de lançar um candidato para concorrer à Prefeitura?
Marcondes – Não. Inicialmente, o DEM tem candidato próprio a prefeito em São José. Mas, nós também acreditamos que o melhor formato de se fazer política é agremiando ideias. E essas ideias são agremiadas dentro dos partidos. Então, se por ventura, nós decidirmos por coligações, coligamos. Desde que o projeto administrativo do DEM esteja como prioridade. Caso contrário, o DEM vai ter candidatura própria.
Oi SJ – E Quem é o candidato?
Marcondes – Nós temos vários nomes. O meu nome, inclusive, é um deles. Mas, também temos outras pessoas aqui dentro, como o próprio Francisco, que foi vice da Adeliana na eleição passada, temos o Mauro (Mauro Fiscal), temos o próprio Tabalipa (Carlos Alberto Mafra Tabalipa)... Então, hoje, esses são os nossos pré-candidatos à Prefeitura de São José.
Oi SJ – E dentro dessa estratégia, já se pensa mais ou menos com quais partidos o DEM pode estar se aliando?
Marcondes – Bem, isso vai ser decidido mais adiante, na época das convenções. O DEM não tem qualquer tipo de oposição aos partidos que estão hoje aí no cenário político de São José. Temos, em nível nacional, o impedimento de coligação com o PT. Isso, advindo do próprio PT e do próprio DEM, através de resoluções internas das próprias executivas nacionais. Então, tirando o PT, o DEM estaria hoje com as portas abertas para coligações com qualquer partido.
Oi SJ – Em nível de estado, o DEM perdeu alguns nomes importantes como o governador Raimundo Colombo e o secretário César Souza Júnior. Como tem sido para o Partido lidar com essas baixas?
Marcondes – O Democratas teve, efetivamente, uma grande baixa em Santa Catarina. O nosso Estado, inclusive, foi onde houve maior baixa no DEM depois da criação do PSD. Isso gerou um enfraquecimento do Partido no Estado, é verdade. Mas, nós estamos num processo de reestruturação. Faço parte da executiva estadual do DEM, e hoje, ele está buscando pessoas. Teremos candidatura em vários municípios de Santa Catarina, a exemplo de todo Brasil. Então, o DEM está num renascimento, vamos dizer assim. Efetivamente, em Santa Catarina, houve baixas. Mas, a gente tá na busca de tentar, inclusive, trazer para o DEM, o deputado Narcizo Parisotto, atual PTB, pra compor a nossa executiva. Até mesmo em função das ocorrências do último ano, onde o sacaram da presidência do PTB estadual, sem muitas explicações.
Oi SJ – E essas baixas ocorreram também em São José?
Marcondes – Em São José, o Democratas tinha o vereador Lédio, que foi ao PSD. Mas, tirando o vereador, não houve muita evasão do Partido, sendo que ele se fortaleceu, e muito, com a nossa retirada do PTB, em função da intervenção federal e estadual que aconteceu. Nós não ficamos nada confortáveis em permanecer dentro do PTB naquela situação e migramos 100% do PTB em São José, para o Democratas. Então, o Democratas de São José, hoje, está fortalecido, está com a sua comissão provisória ativa, sendo que dois membros dessa comissão, eu e o Tabalipa, estão na executiva estadual. O Democratas está pronto para concorrer às eleições deste ano.
Oi SJ – Quais são as propostas do partido para o município de São José?
Marcondes – Como prioridade, o nosso Partido elegeu o trabalho social. O Democratas quer criar formatos nas áreas básicas de: saúde, saneamento básico e segurança, de forma muito mais vinculada aos nossos bairros, tendo em vista até, nos últimos anos, um certo abandono das comunidades. A preocupação parece estar sempre nos maiores centros, nos maiores bairros, e não, nos menores. Outros pontos também são a criação de empregos, a geração de renda e a arrecadação de impostos dentro do município, pra que a gente consiga, vinculado à arrecadação de impostos, o atendimento social e o atendimento ao município. Assim, consequentemente, teremos um crescimento da cidade a passos largos.
Oi SJ – Para o Senhor, que teve uma grande experiência trabalhando na causa habitacional, como está hoje a área da habitação em São José?
Marcondes – Em São José nós temos algumas situações em particular, como assentamentos irregulares, com até, vamos dizer, criação de favelas. Temos também bairros onde há a aprovação de projetos para loteamentos, mas onde não se vê qualquer tipo de estrutura, nem comunitária, nem do Poder Público e nem estrutura comercial, como: supermercados, farmácias, padarias, etc. Hoje, quando se fala em habitação em São José, o primeiro ponto a analisarmos é exatamente a parte de parcelamento de solos e a aprovação de loteamentos. Mas, temos que ser mais criteriosos. Temos que saber se nesses bairros há um bom acesso feito e se há os equipamentos comunitários disponibilizados pelo Poder Público, como: postos de saúde, escolas e creches, para que as pessoas consigam, ao ir morar naquele bairro, fazer com que ele cresça também. É necessário que se crie um bairro com estrutura, ou seja, saneamento básico, água, energia, calçamento, e principalmente, escolas.
Oi SJ – São José é um dos quatro municípios catarinenses que mais gerou emprego em Santa Catarina em 2011. Porém, ainda sofre com a falta de regulamentação de várias atividades profissionais importantes, como a de pedreiro e de empregada doméstica, por exemplo. Dentro da sua experiência como político e advogado, o que falta para que se consiga aumentar a formalidade dessas e de outras atividades profissionais em São José?
Marcondes – Criação de escolas técnicas. Eu vejo que esse é o melhor caminho, porque você consegue, através dos cursos técnicos, dar capacitação adequada às pessoas, pra que elas possam ter o seu emprego, ter a sua atividade regulamentada. Isso é importante pra que dentro de toda uma sistemática criada no seu município, elas consigam ingressar no mercado de trabalho. Então, eu vejo que os cursos profissionalizantes em São José seriam uma grande saída. Tem muitas áreas dentro do nosso município em que a capacitação técnica, média, supriria, até quem sabe, a faculdade.
Oi SJ – Uma vez o Senhor disse que a situação da saúde em São José era preocupante. Qual o principal problema da saúde no município?
Marcondes – Bem, quando eu salientei isso, era até porque sempre foi o que mais circulou na mídia de São José, né. O problema da saúde em São José está vinculado ao atendimento rápido àquelas pessoas que lá comparecem, bem como o encaminhamento adequado, para que elas tenham a solução do seu problema. Nós não podemos admitir que uma pessoa tenha que ir três ou quatro vezes ao posto de saúde: uma pra ser atendido, outra pra levar o encaminhamento do exame, depois pra voltar e ser atendido pelo médico, pra ele receitar um remédio. Essas pessoas não têm esse tempo disponível. Não têm nem condições financeiras e nem possibilidade, porque têm que trabalhar. A saúde sempre foi um problema, e isso, em nível de Brasil, não só em nível de São José. Então, eu vejo que o atendimento rápido ao munícipe, com o encaminhamento adequado, sabendo se ele deverá ser encaminhado a um hospital, ou somente a um exame, e conseqüentemente, a pessoa ter como receber o medicamento sem tirar do seu orçamento, são alguns dos maiores problemas da saúde em São José. Mas, eu saliento ainda mais o atendimento rápido, emergencial, com médicos sempre de plantão. O município tem que fechar o ciclo, ou seja, atender, fazer o encaminhamento adequado e disponibilizar ao munícipe a medicação que ele necessita.
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